quarta-feira, 14 de março de 2012

POR UMA NOVA CULTURA NO MOVIMENTO SINDICAL!



Ricardo Nespoli*
Tempos difíceis para quem é de esquerda no Brasil. Antes, os que lutavam contavam com a dura repressão e a mão pesada (e assassina) de uma ditadura que só fez mal ao país. Hoje, os que lutam enfrentam a decepção, a apatia, a alienação de uma geração que viu um partido de esquerda ser forjado na luta, crescer, tomar corpo e se entregar às classes dominantes e virar mais um no jogo político/eleitoral brasileiro.
Outra grande derrota que favorece esse momento de ‘cabeça baixa’ da classe trabalhadora é o chamado peleguismo das ferramentas históricas de luta da classe no Brasil. Entidades que cumpriram papel importantíssimo na conquista de direitos no país hoje se entregam e defendem, sem nenhuma autonomia, as políticas propostas pelo governo. Nesse balaio entram, sem dúvida nenhuma, a CUT e a UNE.
O objetivo aqui não é entrar na discussão tática dos movimentos sobre se disputarão ou não a entidade ou se criarão outras que não estejam viciadas nessa lógica. A ideia é discutir o que estamos fazendo para mudar essa dura realidade. O que a esquerda brasileira, com ênfase no movimento sindical, está fazendo para que o povo volte a acreditar em suas ferramentas e volte a lutar.
A experiência no movimento estudantil mostra diversos coletivos de esquerda tentando se reinventar, mudar a forma de se pensar e discutir política. Horizontalidade e autonomia são as palavras chaves dessa nova cultura de movimento estudantil tão repetida. Dentro do espaço do ME nacional essa tentativa vem dando frutos, e o aumento quantitativo (e qualitativo) de militantes de esquerda nas Universidades brasileiras já são visíveis. Claro que contamos com muitas debilidades e contradições, mas parece que o caminho está aberto.
O movimento sindical conta com algumas peculiaridades que o colocam na contramão desse momento. Claro que são dinâmicas diferentes. Existe uma dificuldade em ‘horizontalizar’ as discussões do movimento sindical, tendo em vista que os postos de trabalho são muito mais espalhados do que, por exemplo, as salas de aula. A burocratização também é muito latente, tendo em vista a perseguição dos patrões aos trabalhadores que saem da direção de um sindicato, por exemplo. A autonomia também é muito prejudicada, visto que o movimento sindical tem menos rejeição aos partidos políticos do que o movimento estudantil e isso faz com que as filiações aos Partidos sejam muito maiores. O problema é que em grande parte essas filiações são feitas de forma despolitizada e os envolvidos não se envolvem na dinâmica do Partido apenas servindo para engrossarem forças políticas internas nos Congressos e Conferências.
O movimento sindical, combativo e de esquerda hoje tem a grande tarefa de vencer essas ‘peculiaridades’. Não podemos simplesmente aceitá-las como verdade. Se não temos acesso fácil aos postos de trabalhos ampliemos as plenárias e assembleias da categoria, não apenas para discutir tática da greve ou eleições. Precisamos despertar o interesse coletivo da categoria de discutir as políticas do sindicato, essa discussão precisa sair dos gabinetes sindicais. Se somos perseguidos em nossos trabalhos, que driblemos isso com o rodízio entre liberados e não liberados. Não podemos ter o mesmo dirigente sindical como principal figura do sindicato por anos – precisamos oxigenar e renovar nossos quadros. Precisamos defender e por em prática a real autonomia entre os coletivos sindicais e os Partidos e forças políticas. As decisões não podem ser tomadas em reuniões do Partido ou das correntes internas, mas sim nos espaços legítimos da categoria.
Companheir@s, já gritamos em alto e bom som “Por uma nova cultura no Movimento Estudantil”. Está na hora de gritarmos “Por uma nova cultura no Movimento Sindical”: esse é nosso papel.
*Ricardo Nespoli é bancário e Secretário de Formação Política do P-SOL Vitória.
Fonte: Enlace PSOL

Um comentário:

Anônimo disse...

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