quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dela não nos livramos!

Grande parte da população Crê que está distante da política. Não percebe, essa maioria, que a política está presente na vida de todos nós. A casa que nós moramos tem tudo a ver com a política habitacional. A feira que nós fazemos tem tudo a ver com a política salarial ou a política de emprego e renda. A nossa integridade física tem a ver com a política de segurança. A comida que consumimos tem a ver com a política de abastecimentos e preços. E assim vai. A política está presente em nossas vidas a todo o momento e, por sua vez, ninguém vive sem um discurso político na ponta da língua.
Senão vejamos: perguntemos a um simples trabalhador rural por que existe a fome e ele fará, com certeza um discurso político dizendo: “acontece que o povo não quer mais trabalhar e daí existir a fome nesse meio de mundo”. Isso é uma legítima falação política, embora as pessoas não percebam. Continuando na nossa pesquisa, abordemos uma senhora e perguntemos: por que existe tanta violência? E ela de pronto irá responder: “A falta de Deus em nosso coração”. Ao professor, que se pretende politizado, perguntemos qual é a causa de nossas mazelas sociais e ele dirá:” tudo é culpa do imperialismo ianque, que rouba nossas riquezas e nos mantém como um país semicolonial”.
E assim, podemos concluir que todos, desde o mais simples trabalhador ao brilhante letrado, tem o seu discurso, pois ele é inevitável. Resta saber se somos ou não portadores de um discurso correto ou se patinamos em cima de equívocos. Nas falas a que nos referimos, existem sim, os mais contundentes equívocos. Cabe-nos, pois, construir um discurso que realmente corresponda à verdade política. Somente assim é que poderemos nos libertar dessa situação de atropelos e inseguranças. Um projeto político correto teria de sair da compreensão de que vivemos no sistema capitalista e ele está completamente exaurido, incapaz de resolver qualquer uma das mazelas sociais que nos afligem. Partindo daí, haveremos de formular o discurso da verdade, o discurso anticapitalista.

Um comentário:

Unknown disse...

O Analfabeto Político
(Bertolt Brecht)

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.