domingo, 2 de janeiro de 2011

Educação e Orientação Sexual: A homofobia na prática cotidiana escolar

A sexualidade é um tabu na sua dimensão do prazer e quando pensamos a homossexualidade, este problema ganha uma dimensão catastrófica. Ainda que vivemos em um país livre e láico, a orientação sexual e sua prática é definida por preconceitos religiosos e predefinida a partir de indicações culturais homofóbicas.
A homofobia - ódio, aversão ou a descriminalização de uma pessoa á homossexuais - é um problema que já vem se alastrando por muito tempo, e mostrou-se com muito mais veemência, por volta do século XV na Santa Inquisição, onde eram torturados e queimados, todos os considerados hereges, ou seja, pessoas que pensavam ou agiam contra a moral judaico-cristã. 
Diariamente nos chega a informação de inúmeras lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais vivendo com medo de sofrer agressões decorrentes de sua orientação sexual. Este problema ainda é mais grave nas escolas, pois trata-se de um espaço público e democrático para a promoção da cidadania, assegurada através da LDB.
Por esse motivo, Guacira (2004, p. 63), acrescenta:
“nosso olhar deve se voltar especialmente para as práticas cotidianas em que se envolvem todos os sujeitos. São, pois, as práticas rotineiras e comuns, os gestos e as palavras banalizados que precisam se tornar alvos de atenção renovada, de questionamento e, em especial, de desconfiança. A tarefa mais urgente talvez seja extamente essa: desconfiar do que é tomado como “natural”.
O presente projeto trabalhará com autores como: Michel Foucault, Luiz Mott, Deleuze dentre outros pesquisadores que vêem  neste tema um problema de pesquisa para se entender as conseqüências da violência contra os homossexuais.
Segundo Luiz Mott:
Desde  1972 foi cunhado um conceito específico para descrever o medo e/ou intolerância face a homossexualidade: “homofobia”. Trata-se de um comportamento patológico variável de cultura para cultura, cujas manifestações podem oscilar da simples má vontade em relacionar-se socialmente com membros desta minoria sexual, até formas extremas de preconceito e discriminação, como sentimentos de raiva ou atitudes agressivas contra os gays. Em nosso país, a homofobia tem suas inspirações na moral judaico-cristã, apimentada pelas peculiaridades do escravismo tropical e pela diversidade de nossas matrizes culturais.
   Em nosso país no ano de 2001, houve uma alteração na lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes preconceitos de raça ou de cor, acrescentando na mudança: “orientação sexual e identidade de gênero”, uma grande vitória elaborada pela a Associação brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) juntamente com mais 20 organizações afiliadas, espalhadas por todo o país.  
Nesta perspectiva iremos observar as diversas relações existentes nas escolas, identificando atos homofóbicos e suas conseqüências para a vida dessas crianças e adolescentes do município de Bela Cruz. Segundo as pesquisadoras: Tatiana Lionço e Débora Diniz, da ONG Aniz, no livro: Homofobia e Educação. “Um desafio ao silêncio é preciso para superar os riscos de manutenção de práticas discriminatórias no ambiente escolar, diante da tendência a banalizar e naturalizar preconceitos relativos a sexualidade.”(Lionço, 03: 2009)
E por fim, a perspectiva de Foucault, no livro História da Sexualidade, onde o mesmo afirma que “entre tantos desejos do mundo contemporâneo, está o desejo do saber, de interrogar e conhecer” (Foucault, 26; 1988).
Mas a força deste desejo de saber, muitas vezes, tem que voltar-se sobre a negação, a ausência, o interdito e o maldito.
A partir de minha vivência como educador a cinco anos nas escolas municipais de Bela Cruz, tenho observado vários casos de preconceitos contra os homossexuais dentro da educação. Além da violência física existem também as “piadinhas” tidas como ingênuas, mas que na realidade causam grandes confrontos nas relações educacionais, partindo desde a direção escolar, professores e alunos.
Por este motivo e sabido que este problema causa um bloqueio nas relações de ensino aprendizagem, é que mim delimitei pesquisar a problemática: quais as conseqüências do preconceito homofóbico nas relações de ensino-aprendizagem na escola Estadual Profª Marieta Santos?
É de meu entendimento também a dificuldade que terei em pesquisar este objeto, pois devido ao preconceito e mito, poucas pessoas conseguem falar abertamente sobre a homossexualidade, prova isto que uma pesquisa realizada recentemente pela UNESCO mostra que 49,9% dos diretores pesquisados não gostariam de ter alunos homossexuais na sua escola e 20,1% dos pais não aceitariam que seus filhos levassem um homossexual para estudar em sua casa. 

3 comentários:

Unknown disse...

Mano parabéns!
Com certeza será um ótimo trabalho!
Tenha muito sucesso!

eduardo disse...

Gostei muito do blog,seus posts são muito bons,inclusive esse porém eu queria contestar uma unica passagem: "Em nosso país, a homofobia tem suas inspirações na moral judaico-cristã, apimentada pelas peculiaridades do escravismo tropical e pela diversidade de nossas matrizes culturais"
Na verdade a homofobia,vem de pessoas que não sabem respeitar a opnião alheia,por que na própria cultura judaico-cristã prega que você deve amar ao seu proximo e não deve fazer ao seu proximo o que você não quer q façam a você mesmo(acho que já deve saber disso),partindo disso é possivel afirmar que uma pessoa que pratica o evangelho de Jesus não tem enteresse algum em julgar,atacar,ou fazer qualquer tipo de agressão a um homossexual,muito pelo contrário,a conduta de um cristão sobre a homossexualidade realmente não deve ser de aceitar,porém ele também não pode descriminar,nem ter qualquer tipo de preconceito,pois a própria bíblia prega isso.

Unknown disse...

obrigado por sua opinião Eduardo, isso só mim ajuda a enriquecer meu trabalho... seja bem vindo sempre... q pom se todos pensassem como vc.