O golpe de 64, arquitetado desde o final da Segunda Guerra Mundial, foi muito mais do que tão somente impedir a população brasileira de escolher os seus representantes. E o SBT, uma das maiores emissoras privadas brasileiras de TV, retrata em sua nova novela a realidade de um regime político defendido pela rede globo.
Os próximos capítulos continuarão a mostrar a triste prática corriqueira da ditadura: torturas e assassinatos dos "inimigos da ordem". Assim, somente os próximos capítulos para responder se veremos uma amostra do comportamento da grande mídia à época dos fatos: apoio total ao regime!
Seria de suma importância que se mostrasse tal postura. Numa exibição da twitcam no último dia 31, o sociólogo Emir Sader foi muito feliz ao sugerir a leitura de Cães de Guarda, autorado por Beatriz Kushnir, da Editora Boitempo. Em sua obra, Beatriz magistralmente desmitifica a ideia de que a imprensa foi uma simples vítima da censura. Em Amor e Revolução, a princípio só é mostrada a resistência ao golpe de um jornal no qual trabalha um ex-militante do Partido Comunista Brasileiro, interpretado por Mário Cardoso.
Com ou sem debate sobre o papel da grande mídia no infeliz sucesso do golpe, Amor e Revolução é um choque de realidade. Sim, o regime militar, com apoio dos EUA e "sob o signo do anticomunismo", torturava e matava para impor sua ordem policialesca, intimidar a população e obter informações que o levava a prender seus inimigos que depois seriam torturados e mortos.
Sábias são as palavras do Professor Emir Sader (também via twitcam), do alto de sua invejável lucidez: é preciso aprender sobre os fatos e compreendê-los para que nunca mais se repitam. Os depoimentos dos perseguidos e torturados após a exibição dos capítulos são a lição histórica de coragem daqueles que arriscaram suas vidas contra a truculência, por um ideal. Portanto, vale e muito a pena assistir Amor e Revolução.
Lucas Rafael Chianello, além da grande mídia.
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